sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Blood Omen - Legacy Of Kain

Sendo um "parente" afastado das séries modernas, Blood Omen ocorre na terra de Nemesis. Tu jogas com o personagem de Kain. Quando o jogo começa, tu estás na taberna à espera que o taberneiro te sirva qualquer coisa. O taberneiro recusa-se a tal e tu decides sair deste lugar inóspito. Uma vez lá fora, és cercado por soldados - e depois disso, assassinado. No entanto, isto não é o fim da história para ti...
Quando acordas, estás numa misteriosa cripta. Mas o local não foi a única coisa que mudou. Tu és agora um vampiro, e possuis uma aparência intimidadora que certamente irá manter os estranhos a uma distância segura.
E é aqui que a tua demanda começa. Olhas à volta, magicando como e porquê estás tu neste lugar e porque razão ainda estás vivo - de um certo modo - enquanto que a aterradora realidade de que te juntaste ao grupo dos mortos-vivos começa a revelar-se. Após alguns momentos de acção sangrenta, descobres um portal que te conduz a uma série de estranhos pilares. Estas estruturas são denominadas "Os Pilares de Nosgoth". Uma figura fantasmagórica aparece (de nome Ariel) e informa-te de que cada pilar representa uma pessoa. O estado físico de cada pilar representa o estado mental da pessoa a que está ligado. À medida que cada pessoa fica demente, também o seu pilar se degrada acabando por ceder e ruir.
Para conseguires quebrar a maldição que te mantêm neste estado miserável entre a vida e a morte, terás de restaurar os pilares para a sua condição original. E para fazeres isto terás de matar todos os que se encontram ligados aos pilares e recuperar os seus artefactos. São estes artefactos que os ligam aos pilares. Há oito personagens que precisas de apanhar, e o primeiro é o "mentalista" Nupraptor.
Em Blood Omen terás a oportunidade de usar feitiços (muito frequentemente encontrados em cavernas). Estes vão desde feitiços ofensivos que podem fazer os vossos inimigos implodir, aos mais inofensivos e práticos que te permitirão iluminar uma sala ou tele-transportar-te de volta à cripta. Há também feitiços que te permitem transformar-te num lobo ou num morcego, por exemplo. Então e o que é que um lobo tem a ver com um vampiro? Na verdade não sei, mas o feitiço é muito importante pois dá-te a possibilidade de saltares por cima de obstáculos (o Kain, infelizmente, não consegue saltar). Podes até transformar-te num ser humano - muito útil quando não quiseres dar nas vistas. Para lançar feitiços, precisas de Mana. A Mana vai-se regenerando com a aquisição de pequenas bolas azuis. Estas não têm nenhum nome, mas fazem o seu trabalho no que toca a restaurar a energia de Kain.
O jogo tem algumas características pouco usuais. Por exemplo, a chuva ou a água magoam o vampiro. Talvez chova "água benta", quem sabe? O modo de combate um pouco prático. Mesmo que jogues muito, irás sentir dificuldade em atingir os adversários. Isto porque só podes manejar a tua espada em quatro direcções: para a frente, para trás, para a esquerda e para a direita. Podes usar o teclado numérico (numpad) para conseguires ter mais controlo, mas eu achei essa opção um pouco difícil e preferi ficar com o teclado normal. Outro facto esquisito é que qualquer personagem comum pode atingir-te E magoar-te (portanto é um mito aquele que diz que os vampiros são invencíveis a golpes físicos). Mas estas mudanças eram necessárias para que o jogo ficasse sem sentido por o teu personagem ser invencível.
Este jogo não é fácil. Para dizer a verdade, não é nada fácil! Os inimigos são fortes, mesmo que tenham que muito trabalho para te conseguirem acertar (o mesmo problema com o combate se a plica a eles). Se ficares ferido, podes sempre usar um feitiço ou banquetear-te com o sangue de um prisioneiro que facilmente encontrarás em quase todas as cavernas que visitares. O método de alimentação também mudou, e os vampiros não mordem o pescoço; usam uma vara muito útil para drenar o sangue das suas vítimas. Mais à frente no jogo, irás encontrar altares que curam e que até conseguem deitar-te algumas bênçãos - imagina só! A dificuldade deste jogo é que os monstros repovoam o terreno cada vez que sais de uma caverna, por exemplo. É basicamente o mesmo método usado em Diablo, no qual o repovoamento acontece depois de se gravar o jogo, neste jogo acontece cada vez que se entra numa casa, numa caverna, etc...
O jogo está cheio de segredos que podem ser descobertos se activares as alavancas escondidas. Há também mini quebra-cabeças que têm de ser resolvidos antes de poderes avançar. Infelizmente, não há um padrão a seguir; terás de fazê-lo pelo método clássico: por tentativas.
Outra coisa que eu achei irritante, além da parte do combate, é o modo de gravação. Não podes usar a tecla "Esc" e gravar quando te apetece. Terás de encontrar um altar que permita gravar a tua posição no jogo.
Agora, se isto fosse o fim deste texto, a nota para este jogo ficaria apenas num 3. Mas há mais. A característica mais impressionante neste jogo é o ambiente. A música é excepcional e trás muito à atmosfera gótica deste jogo. Os gráficos das cavernas são detalhados, realistas e têm escuridão e sentimento. A poderosa atmosfera invocada pela música e pelos gráficos deixa-te realmente sentir o mundo estranho, e escuro de Kain. Mas aquilo que contribui mais para a atmosfera do jogo é o diálogo. Cada vez que chegas perto de qualquer coisa nova (um novo feitiço ou uma nova porção da história), o personagem tem qualquer coisa a dizer. E a linguagem que ele usa é especial. Eu não consigo ao certo explicar isto, mas posso afirmar que o diálogo é o melhor que já ouvi de entre todos os jogos que joguei.
E deixem-me lá ver... Esqueci-me de alguma coisa? Oh sim, o jogo regista o teu progresso, e guarda o numero de "chacinadelas" que fazes, mutilações, refeições, segredos encontrados - e a julgar pelo teu progresso - o nível do teu personagem.
Uma curiosidade pelo Omuletzu: O jogo demorou dois anos e meio a ser feito e possui 114 inimigos diferentes, 5 upgrades de armas e armaduras, mais de 160 000 cenários individuais e muito mais!

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